sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Jejum intermitente funciona?


O jejum intermitente é uma prática alimentar que envolve alternar períodos de ingestão de alimentos com períodos de jejum. Em vez de se concentrar no que comer, o jejum intermitente se concentra em quando comer.

Vamos explorar isso com mais detalhes:

Foco no Tempo de Ingestão: No jejum intermitente, a atenção principal está no cronograma de alimentação, ou seja, nos momentos específicos em que você come e não come. Em vez de contar calorias ou se concentrar em tipos específicos de alimentos, a ênfase está na janela de tempo durante a qual você permite a ingestão de alimentos.

Alternância entre Jejum e Alimentação: O jejum intermitente envolve ciclos alternados de jejum (períodos sem ingestão de alimentos) e alimentação (janelas de tempo em que você come). Durante os períodos de jejum, o corpo é privado de calorias, permitindo que ele use as reservas de energia existentes.

Flexibilidade nas Escolhas Alimentares: Embora o que você come ainda seja importante para manter uma dieta equilibrada e saudável, o jejum intermitente oferece uma abordagem mais flexível. Ele não prescreve necessariamente quais alimentos comer, mas sim quando comer.

Ênfase em Benefícios Metabólicos: A ideia por trás dessa abordagem é que o jejum intermitente pode proporcionar benefícios metabólicos e hormonais, como a queima de gordura para obter energia durante os períodos de jejum, regulação da insulina e melhoria na sensibilidade à insulina.

Adotar o jejum intermitente, as pessoas podem ajustar seus padrões alimentares de acordo com um cronograma específico, acreditando que isso pode ter impactos positivos na saúde e no controle do peso. 

Os defensores do jejum intermitente afirmam que ele pode oferecer vários benefícios à saúde, incluindo perda de peso, melhoria da sensibilidade à insulina, redução do risco de doenças cardíacas, e até mesmo benefícios para o cérebro. No entanto, é importante notar que a pesquisa sobre os benefícios do jejum intermitente ainda está em andamento, e nem todos os estudos concordam sobre seus impactos a longo prazo.


O jejum intermitente não é uma prática nova e tem raízes em várias tradições culturais e religiosas antigas. 

Práticas Religiosas: O jejum é frequentemente associado a práticas religiosas em diversas culturas. Por exemplo, o Ramadã no Islã envolve um jejum diário do nascer ao pôr do sol durante um mês. O Cristianismo tem períodos de jejum, como a Quaresma, que envolve 40 dias de abstinência e penitência antes da Páscoa. O judaísmo também tem dias de jejum, como o Yom Kippur.

Filosofia Grega e Romana: Filósofos gregos e romanos, como Platão e Sócrates, eram conhecidos por praticar o jejum ocasionalmente por razões filosóficas e de autodisciplina. Eles acreditavam que o jejum podia aguçar a mente e purificar o corpo.

Medicina Ayurvédica: Na medicina tradicional indiana, o Ayurveda, o jejum é considerado uma prática para limpar o corpo e equilibrar os doshas (elementos constituintes).

Hipócrates e a Medicina Antiga: O pai da medicina ocidental, Hipócrates, recomendava o jejum como um método para melhorar a saúde. Ele acreditava que o corpo tinha habilidades naturais de cura que eram ativadas durante o jejum.

Caçadores-Coletadores: Alguns antropólogos argumentam que os seres humanos evoluíram em um ambiente onde a escassez de alimentos era comum. Nossos antepassados caçadores-coletores podem ter experimentado naturalmente períodos de jejum intermitente devido à disponibilidade irregular de alimentos.

Pesquisas Médicas Iniciais: Na década de 1900, pesquisadores como Clive McCay começaram a explorar os benefícios do jejum em estudos com animais, observando que ratos submetidos a restrição calórica viveram mais tempo.

O ressurgimento moderno do interesse no jejum intermitente como uma estratégia de saúde e perda de peso ocorreu nas últimas décadas, com pesquisas científicas explorando seus efeitos em nível molecular e metabólico. Embora as tradições históricas tenham diferentes razões para praticar o jejum, as abordagens modernas muitas vezes se concentram em seus potenciais benefícios para a saúde.




Existem várias abordagens diferentes para o jejum intermitente, mas algumas das mais comuns incluem:

Jejum 16/8: Este método envolve um jejum diário de 16 horas, seguido por uma janela de alimentação de 8 horas. Por exemplo, se você escolher começar a comer às 12h, você encerraria sua última refeição do dia até as 20h.

Jejum 5:2: Nesse método, você come normalmente por cinco dias da semana e reduz drasticamente a ingestão calórica (geralmente para cerca de 500-600 calorias) nos dois dias de jejum. Esses dias de jejum geralmente não são consecutivos.

Jejum 24 horas: Algumas pessoas escolhem jejuar por um período completo de 24 horas, uma ou duas vezes por semana.

Jejum alternado: Este método envolve alternar entre dias normais de alimentação e dias de jejum ou consumo muito reduzido de calorias.


Quebrando o Jejum

Quebrar o jejum de forma correta é importante para evitar desconfortos digestivos e garantir que seu corpo se adapte suavemente à ingestão de alimentos após um período sem comer. Aqui estão algumas dicas sobre como quebrar o jejum de maneira adequada:

Comece Leve: Opte por alimentos leves e de fácil digestão para iniciar. Isso pode incluir frutas frescas, vegetais cozidos no vapor, ou uma porção pequena de iogurte.

Hidratação: Antes de comer, beba água para se reidratar. Durante o jejum, é comum ficar desidratado, então é fundamental restabelecer os níveis de líquidos no organismo.

Evite Alimentos Processados e Ricos em Gordura: Evite alimentos altamente processados, fritos ou ricos em gordura na primeira refeição. Estes podem sobrecarregar o sistema digestivo, especialmente se você estiver voltando de um período prolongado de jejum.

Inicie com Porções Pequenas: Comece com porções menores para permitir que o sistema digestivo se acostume gradualmente. Se possível, faça uma refeição menor e aguarde antes de decidir se precisa de mais comida.

Escolha Carboidratos Complexos: Opte por carboidratos complexos, como grãos integrais, quinoa ou batata-doce. Estes fornecem uma fonte de energia mais sustentável.

Inclua Proteínas e Fibras: Adicione proteínas magras e alimentos ricos em fibras à sua refeição para promover a saciedade e manter níveis estáveis de glicose no sangue.

Observe Sinais do Corpo: Preste atenção aos sinais do seu corpo. Se você se sentir desconfortável, pare de comer e dê ao seu corpo mais tempo para se ajustar.

Evite Açúcares Adicionados: Reduza o consumo de açúcares adicionados, especialmente nas primeiras refeições após o jejum. Isso pode ajudar a evitar picos de glicose no sangue.

Mastigue Bem os Alimentos: Mastigue os alimentos completamente para facilitar a digestão e a absorção dos nutrientes.

Considere Alimentos Fermentados: Alimentos fermentados, como iogurte natural ou chucrute, podem ajudar a promover a saúde intestinal após o jejum.

Lembre-se de que a resposta ao quebrar o jejum pode variar entre as pessoas, e é sempre uma boa ideia ouvir os sinais do seu corpo. Se você tiver condições de saúde específicas ou estiver em um jejum prolongado, é aconselhável consultar um profissional de saúde antes de reintroduzir alimentos em sua dieta.



Funciona???

Entre os principais benefícios amplamente divulgados estão:

Perda de Peso: O jejum intermitente pode ajudar algumas pessoas a reduzir a ingestão total de calorias, o que pode levar à perda de peso. Além disso, durante os períodos de jejum, o corpo pode recorrer às reservas de gordura para obter energia.

Melhoria na Sensibilidade à Insulina: Algumas pesquisas sugerem que o jejum intermitente pode melhorar a sensibilidade à insulina, ajudando a regular os níveis de glicose no sangue e reduzindo o risco de diabetes tipo 2.

Saúde Cardiovascular: Há estudos que indicam que o jejum intermitente pode ter efeitos positivos sobre os fatores de risco cardiovascular, como redução da pressão arterial, colesterol total e triglicerídeos.

Longevidade: Alguns estudos em animais mostraram que a restrição calórica, incluindo o jejum intermitente, pode estar associada a uma vida mais longa. No entanto, a extensão desses resultados para os humanos ainda está sendo investigada.

Melhoria na Saúde Cerebral: Algumas pesquisas sugerem que o jejum intermitente pode ter benefícios para a saúde cerebral, incluindo a redução do risco de doenças neurodegenerativas.


Cuidado...

Antes de iniciar qualquer forma de jejum intermitente, é aconselhável consultar um profissional de saúde, especialmente se você tiver condições médicas pré-existentes, estiver grávida ou amamentando. O jejum intermitente pode não ser adequado para todos, e é fundamental garantir que você esteja atendendo às suas necessidades nutricionais básicas durante os períodos de alimentação.